Quase dois anos depois do OMA ter sido anunciado vencedor do concurso internacional para o novo Taipei Performing Arts Center, começa sua construção. Este ambicioso projeto, liderado pelos parceiros do OMA Rem Koolhaas e Gianotten David, gerou muita polêmica entre os arquitetos quando foi anunciado em 2009, devido à sua forma particular. Conformado por uma série de operações programáticas, a volumetria combina três tipos de teatros, a fim de permitir uma grande variedade de espetáculos. Mais detalhes, incluindo cortes e renders atualizados a seguir:
O teatro principal, com capacidade para 1.500 pessoas, é uma grande esfera, enquanto os dois teatros menores, cada um com 800 assentos, são cubos periféricos. Todos os serviços de palco estão reunidos dentro do cubo central, permitindo mais flexibilidade. Assim, os teatros podem ser usados independentemente ou em conjunto, ampliando as possibilidades de performances experimentais. Ao mesmo tempo, e de uma maneira semelhante ao edifício CCTV em Pequim, China, um circuito público de visitação do edifício (Public Loop), expõe os espaços que permitem o funcionamento do TPAC, a infraestrutura dos teatros e os espaços de produção, áreas tipicamente escondidas do público, mas tão reveladoras como as performances em si.
Neste aspecto, o edifício é como uma máquina com o motor exposto, que de alguma forma lembra o Prada Transformer de OMA, um edifício-máquina que altera sua configuração para sediar diversos tipos de eventos.
A conclusão da obra de 180 milhões de dólares está prevista para 2015.
Por que os eventos teatrais mais interessantes dos últimos 100 anos ocorreram fora dos espaços formalmente criados para eles? Poderia a arquitetura transcender seu próprio dilema, a inevitabilidade de impor limites sobre o que é possível?
Nos últimos anos, o mundo tem visto uma proliferação de centros de espetáculos que, de acordo com um consenso misterioso, consistem em mais ou menos uma combinação idêntica: um auditório de 2.000 lugares, um teatro de 1.500 assentos e uma caixa preta. Abertamente, icônicas formas externas disfarçam conservadoras formas de funcionamento interno, com base na prática do século 19 (e no simbolismo: varandas como evidência de estratificação social). Embora os elementos essenciais do teatro palco, proscênio, e auditório tem mais de 3.000 anos, não há desculpa para a estagnação contemporânea. TPAC tem uma aproximação inversa: a experimentação no funcionamento interno do teatro, produzindo (sem ser concebido como tal) a presença externa de um ícone.
TPAC consiste em três teatros, cada um dos quais pode funcionar de forma autónoma. Os teatros se conectam a um cubo central, que consolida os palcos, backstages e espaços de apoio em um espaço único e eficiente. Esse arranjo permite que os palcos sejam modificados ou fundidos para inimagináveis usos e cenários. O projeto oferece as vantagens da especificidade com as liberdades do indefinido.
Os centros de espetáculos normalmente têm uma face anterior e uma posterior. Através da sua compacidade, TPAC tem múltiplas faces, que se projetam para fora e flutuam sobre esta densa e vibrante parte da cidade e são percebidos como misteriosos elementos escuros contra o cubo iluminado, animado revestido de vidro corrugado. O cubo, levantado do chão e da rua, se estende para dentro do prédio, separando-se gradualmente em diferentes teatros.
O Proscenium Playhouse assemelha-se a um planeta suspenso encaixado ao cubo. O público circula entre uma casca interna e uma externa para acessar o auditório. Dentro do auditório, na intersecção da casca interna com o cubo se forma um proscênio único que cria qualquer marco imaginável.
O Grand Theatre é uma evolução contemporânea dos grandes espaços teatrais do século 20. Resistindo ao formato caixa de sapato, sua forma é ligeiramente assimétrica. O nível do palco, platéia e varanda são unificados em um plano dobrado. Em frente ao Grand Theatre no mesmo nível, o Multiform Theatre é um espaço flexível para acomodar as performances mais experimentais.
O Super Theatre é um gigantesco ambiente tipo fábrica, formado a partir do acoplamento do Grand Theatre e Multiform Theatre que pode acomodar as ambições anteriormente impossíveis de produções como B.A. Zimmermann’s opera Die Soldaten (1958), que exige um cenário de 100 metros de comprimento. Obras convencionais existentes podem ser reinventadas em escala monumental, e novas formas ainda inimagináveis de teatro irão florescer no Super Theatre.
O público em geral, mesmo aqueles sem ticket de entrada, também são incentivados a entrar ao TPAC. O circuito público de visitação - Public Loop - estabelece uma trajetória através da infraestrutura de teatro e espaços de produção, geralmente escondidos, mas igualmente impressionantes, coreografados como um espetáculo “visível”. O circuito público não só permite que o público experimente a produção teatral mais plenamente, mas também permite ao teatro involucrar um público mais amplo.
- Projeto: Taipei Performing Arts Center
- Concurso: 2008-2009.
- Construção: 2012.
- Término: 2015
- Cliente: Department of Cultural Affairs, Taipei City Government
- Orçamento estimado: 5.4 bilhões de dólares Tailandeses (€ 140 milhões)
- Programa: Total 50,000m2. Um teatro de 1,500 lugares e dois de 800 lugares.
- Altura: 63m
- Arquitetos: Rem Koolhaas, David Gianotten
- Arquiteto associado: Adam Frampton
- Equipe de projeto: Ibrahim Elhayawan with: Yannis Chan, Hin-Yeung Cheung, Jim Dodson, Inge Goudsmit, Alasdair Graham, Vincent Kersten, Chiaju Lin, Vivien Liu, Kai Sun Luk, Kevin Mak, Slobodan Radoman, Roberto Requejo, Saul Smeding, Elaine Tsui, Viviano Villarreal, Casey Wang, Leonie Wenz
- Equipe concurso: Rem Koolhaas, David Gianotten, Ole Scheeren, and senior architects: André Schmidt, Mariano Sagasta and Adam Frampton, with: Erik Amir, Josh Beck, Jean- Baptiste Bruderer, David Brown, Andrew Bryant, Steven Chen, Dan Cheong, Ryan Choe, Antoine Decourt, Mitesh Dixit, Pingchuan Fu, Alexander Giarlis, Richard Hollington, Shabnam Hosseini, Sean Hoo, Takuya Hosokai, Miguel Huelga, Nicola Knop, Chiaju Lin, Sandra Mayritsch, Vincent McIlduff, Alexander Menke, Ippolito Pestellini, Gabriele Pitacco, Shiyun Qian, Joseph Tang, Agustin Perez-Torres, Xinyuan Wang, Ali Yildirim, Patrizia Zobernig
- COLABORADORES
- Arquiteto local: Artech Architects
- Consultoria teatral: dUCKS scéno, CSI
- Interiores: Inside Outside
- Paisagismo: Inside Outside
- Consultoria acústica: DHV
- Engenharia estrutural: Arup Structure, Evergreen
- Engenharia MEP: Arup MEP, Heng Kai, IS Lin
- Engenharia de incêndios: Arup Fire, TFSC
- Iluminação: Chroma 33
- Engenharia de fachadas: ABT, CDC
- Consultoria de sustentabilidade: Arup Building Physics, Segreene Geotechnical engineer: Sino Geotech
- Consultoria de tráfego: EECI Traffic
- Renders: Vincent de Rijk, RJ Models
- Fotografias: Frans Parthesius, Iwan Baan
- Animação: Artefactory